segunda-feira, 1 de junho de 2015

Falha da praia de Ribeira d'Ilhas: falha normal ou inversa?

Falha da praia de Ribeira d’ Ilhas: falha normal ou inversa?


Antes de tudo, o que é uma falha?


                                                   Falha geológica entre dois continentes na Islândia



Uma falha é uma superfície de fratura ao longo da qual ocorreu movimento relativo dos blocos fraturados, sendo esse movimento chamado de rejeito. As falhas podem resultar da actuação de qualquer tipo de tensão (compressiva, distensiva ou cisalhante) em rochas com comportamento frágil.

 
Porquê que é importante conhecer este tipo de estruturas geológicas?



É importante conhecer este tipo de estrutura geológica pois, após a formação de uma falha esta pode manter-se activa por tempo indefinido, levando à formação de sismo por libertação da tensão acumulada, tendo neste caso uma falha activa. Uma falha activa é uma estrutura geológica que resulta de fratura de rochas com formação de blocos que se deslocam uns em relação aos outros. A fronteira entre placas é um exemplo de falha activa e durante a sua actividade podem-se formar novos sistemas de falhas, na sequência da libertação de energia libertada ao longo do plano de falha tectónica.




Particularizando para o caso de Ribeira d’Ilhas em Ericeira:
 
                                                   
Falha inversa da praia de Ribeira d’Ilhas (as setas representam o movimento dos blocos, sendo que o tecto é o bloco que está à esquerda (A) e o bloco o que está à direita é o muro (B))
 
 
 
Existem três tipos de falhas: falha normal, falha inversa e falha de desligamento.
 
A falha de Ribeira d’Ilhas não é uma falha de desligamento, pois não houve movimentos horizontais.
A questão que se coloca agora é: como podemos descobrir se uma falha é inversa ou normal?
Basta olhar-mos para uma determinada camada do tecto ou do muro e observar se esta desceu ou subiu relativamente ao plano de falha. Nós sabemos que o muro é o que se situa abaixo do plano de falha e o tecto é o que se encontra acima do plano de falha. Se essa camada (pertencente ao tecto) tiver descido em relação ao plano de falha então é uma falha normal, se tiver subido é uma falha inversa, que é o caso de Ribeira d’ Ilhas.
Na zona norte da praia para além das falhas são possíveis estudar ainda filões, ou seja, intrusões magmáticas após a ocorrência da falha e ainda orbitolinas, fósseis de animais que habitavam em mares quentes, pouco profundos e calmos. Muito provavelmente esta zona seria um recifal há milhões de anos atrás. A Formação Ribeira d’Ilhas, de idade Barremiano (Era Mesozóica, Período Cretácico), é constituída litologicamente na base, por calcários argilosos e margas, a que sobrepõem uma fácie dominante de calcários arenosos com estratificação oblíqua, dolomias a margas lenhitosas pretas.
 
 
Para além da praia de Ribeira d’Ilhas, também é possível encontrar falhas inversas no Complexo Vulcânico de Lisboa-Mafra, na Bacia do Paraná em Campinas, nos EUA, …
Imagens dessas falhas:
Falhas inversas em arenitos (tons claros na foto), lamitos (tons escuros, rocha sedimentar formada pela litificação de silte e argila em proporções variáveis) e conglomerados (aspecto pontilhado), bairro DICs, leste de campinas (as setas representam o movimento dos blocos)                                         
A- tecto; B- muro 
                                                 
Camadas de piroclastos (tufos) no Complexo Vulcânico de Lisboa-Mafra, deslocadas por efeito de uma falha inversa (compressiva) (as setas representam o movimento dos blocos, sendo que o tecto é o bloco que está à esquerda (A) e o bloco o que está à direita é o muro (B))
 
Falha inversa nos EUA (as setas representam o movimento dos blocos, sendo que o muro é o bloco que está à esquerda (A) e o bloco o que está à direita é o tecto (B))
 
Minha opinião:
Quanto à minha opinião, acho que foi importante realizar este trabalho, não só para complementar a matéria dada, mas também permitiu conhecer a época de formação de Ribeira d’Ilhas, que remonta-nos para a Era Mesozóica.
 
Referências bibliográficas:
 


     

       
         

 
 

 

 
 
 
 
 


 

 


 

 
 
 

 

 
 
 
 
 

2 comentários: