quarta-feira, 3 de junho de 2015

Horneblendas

Realizamos, no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia (11º ano), uma visita de estudo à praia de ribeira de Ilhas e encontrámos numa rocha magmática escura pequenos cristais de cor negra e brilho não metálico-vítreo.

Corresponde a um grupo de minerais monoclínicos, do grupo das anfíbolas, constituídos por uma mistura isomorfa de silicatos de cálcio, magnésio, ferro, alumínio e, por vezes, também de sódio, manganês e titânio. É frequente encontrar, na sua estrutura cristalina, iões de Flúor no lugar do radical hidroxilo.

Dependendo dos metais dominantes na sua composição, as horneblendas podem se designadas por Magnésio-horneblenda, Ferro-horneblenda, Alumínio-ferro-horneblenda e Alumínio-magnésio-horneblenda.

Devido à sua variação química, a fórmula geral é a seguinte:
(Ca,Na)2-3(Mg,Fe,Al)5(Al,Si)8O22(OH,F)2.

As horneblendas têm uma dureza de 5 a 6 na Escala de Mohs, uma densidade de 2.9 a 3.4 e são tipicamente de cor verde opaco, verde acastanhado, castanho ou preto, predominando os tons escuros. Apresenta risca de cor cinzenta e duas direcções de clivagem perfeitas de 60 a 120 graus.

Aparecem geralmente sob a forma de pequenos cristais inconspícuos ou de estruturas aciculares e são raros os cristais de grande dimensão.

As horneblendas são de origem magmática e metamórfica e é muito comuns a sua presença em rochas ígneas e metamórficas, tais como os granitos, sienitos, dioritos, gabros, basaltos, andesitos, gnaisses e xistos.

O Penedo do Lexim


         O Penedo do Lexim foi anteriormente uma pedreira onde se realizava a extração de basalto. Mais tarde foi considerado património geológico. Este penedo é um local onde se pode observar restos de uma chaminé vulcânica. O magma que a formou sofreu um lento arrefecimento que facilitou a formação de minerais bem desenvolvidos em colunas prismáticas. Um exemplo desses minerais bem desenvolvidos é o basalto holocristalino. O basalto alcalino das colunas prismáticas é formado por olivinas, piroxenas e feldspatos sob a forma de minerais desenvolvidos, visíveis a olho nu. Também há basaltos com deposição de argila e o solo é constituído por minerais ferromagnesianos o que o torna bastante bom para a agricultura.

     

Fig.1 - Imagem Geral do Penedo de Lexim





Fig. 2 - Imagem lateral do Penedo e do Solo





Este é um interessante vídeo sobre o Penedo de Lexim e a zona circundante:

Na minha opinião esta visita de estudo foi uma das mais completas que tive porque levou-me a vários sítios e todos eles tinham algo em comum com a matéria que estávamos a dar nessa altura, o que serviu para consolidar a matéria e ver ao vivo, de perto, exemplos concretos da matéria que damos em sala de aula. 

Informação retirada de:


Diogo Loureiro, Nº.7, 11º.D

Colunas Prismáticas - Penedo do Lexim

O Penedo do Lexim é uma antiga chaminé vulcânica, situada em Mafra , pertencente ao Complexo Vulcânico de Lisboa-Mafra, com características do Cretácico Superior.
Esta chaminé,  esteve rodeada por um vulcão extinto,  que após uma erupção vulcânica a lava solidificou formando uma agulha. Com o passar do tempo, os processos de erosão encarregaram-se de moldar e diminuir a altura e extensão do vulcão extinto. Consequentemente, a agulha de lava permaneceu e o cone vulcânico ficou completamente erodido.  O  magma arrefeceu lentamente e produziu minerais bem desenvolvidos e arranjados em forma de prismas basálticas. A rocha possui uma textura afanítica com fenocristais, como a olivina e a piroxena. 

Disjunção prismática do Penedo do Lexim
Existem mais paisagens geológicas com estas colunas prismáticas. Em Portugal, também se podem ver na Rocha dos Bordões, situada nas Lajes das Flores, nos Açores  na Foz da Ribeira do Faial,  na ilha da Madeira. 


Rocha dos Bordões, Açores
Fora de Portugal, existem, também, paisagens geológica magnificas como na Gruta de Fingal, na Escócia e a Calçada dos Gigantes, na Irlanda do Norte. Estas duas paisagens geológicas tiveram origem no mesmo fluxo de lava.
     

Gruta de Fingal, Escócia
Calçada dos Gigantes, Irlanda do Norte

Esta  visita de estudo foi bastante agradável,  uma vez que, foi uma forma bastante atractiva de consolidar a matéria dada na sala de aula. De toda a visita de estudo, o que achei mais interessante foi as colunas prismáticas de basalto, visto que nunca tinha observado estas formas na paisagem geológica.


Referência bibliográfica:      

Estratificação na Praia

Sobreposição dos Estratos na Praia de Ribeira D’Ilhas
Nos dias de hoje a praia da Ribeira D’Ilhas, situada na Ericeira, é muito famosa pelas suas ondas e, por consequência, pelo surf. O que as pessoas desconhecem é que esta praia não só tem belíssimas ondas, onde se possa praticar esse desporto, como também apresenta rochas, e entre outras referências geológicas, que nos indicam que são da Era Mesozoica.

Ilustração1: Praia da Ribeira D'Ilhas






Esta praia teve como visita de estudo a plataforma de abrasão, isto é, uma superfície que se situa entre marés e onde se acumulam os detritos que caíram da zona superior da arriba, em virtude de a ação do mar ter escavado progressivamente a zona inferior.

Ilustração 2 Plataforma de Abrasão

 Ilustração 3 Superfícies de Estratificação

Na verdade são as diferentes camadas de grande comprimento ao longo da plataforma, que nos indicam qual o tipo de rochas existentes, o ambiente de formação e a datação da mesma.

Estas camadas são designadas por estratos e diferem uma das outras pela cor, pela composição e pela granulometria. Cada camada nova que se forma sobrepõe-se e comprime as mais antigas, situadas por baixo dela- Princípio da Sobreposição de Estratos. As superfícies, aproximadamente planas, que separam diferentes estratos denominam-se superfícies de estratificação. A superfície superior ao estrato denomina-se teto e a que fica por baixo é chamada muro.

A homogeneidade de cada estrato resulta de um processo sedimentar regular e contínuo em que se mantêm. Ora, aqui já sabemos que as rochas são sedimentares.

O que são rochas sedimentares, perguntam vocês? São rochas compostas por sedimentos carregados com água e pelo vento, acumulados em áreas deprimidas. Correspondem a 75% da área dos continentes e contêm a maior parte do material fóssil.

Devido à sua cor é possível descobrir qual a rocha sedimentar presente ao longo da plataforma de abrasão, Calcário. Esta rocha formou-se por precipitação de carbonato de cálcio (CaCo3), com formação do mineral calcite. Esta precipitação pode ser desencadeada pela variação das condições químicas das águas marinhas, nomeadamente do seu teor em CO2.

Com o facto de sabermos o que originou as rochas, conseguimos reconhecer que formaram-se num ambiente marinho de mar pouco profundo.




Na zona norte desta plataforma encontra-se uma outra referência geológica, entre os estratos, um lacólito, que é um tipo de intrusão ígnea concordante. Forma-se a partir da pressão do magma, que é suficientemente alta para forçar as camadas sobrejacentes para cima, dando ao lacólito uma forma de domo ou de cogumelo, sendo a base horizontal.


Ilustração 4 Lacólito




Em suma, também podemos encontrar sobreposição de estratos em mais locais, tais como:
  • Algarve:


Ilustração 5 Praia Olhos D'Água


Ilustração 6 Praia Maria Luísa
  • Sintra:
Ilustração 7 Praia da Aguda
Opinião/Crítica: Na minha opinião achei a visita de estudo muito importante do ponto de vista pedagógico, pois aprendi melhor sobre a sobreposição de estratos, e interessante por ter conhecido a praia da Ribeira D'Ilhas, pois gostei da praia e, futuramente, servirá como local para eu e a minha família podermos visitar.

Referências bibliográficas:


  • https://www.google.pt/maps/search/mapsa/@38.986859,-9.418105,3a,75y,90t/data=!3m5!1e2!3m3!1s48489942!2e1!3e10
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Rocha_sedimentar
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Lac%C3%B3lito
  • Silva, A. D.; Santos, M. E.; Gramaxo, F.; Mesquita, A. F; Baldaia, L. & Félix, J. M. (2012). Terra, Universo de Vida; Porto Editora; Porto:pp. 62.
  • Powerpoint Rochas Sedimentares fornecido pela professora
  • http://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g1190872-d1466101-i58400691-Praia_dos_Olhos_de_Agua-Olhos_de_Agua_Albufeira_Faro_District_Algarve.html#52268013
  • http://belezasquevemdomundo.blogspot.pt/

terça-feira, 2 de junho de 2015

Neste posto introduzirei o tema das marmitas de gigante, ou simplesmente, marmitas.
 Uma marmita é uma depressão, com forma arredondada ou ovalar, com dimensões variáveis, que existem no leito rochoso. As marmitas têm origem em irregularidades pré- existentes, que retêm alguns seixos, e esta acumulação de seixos faz a água turbilhar. O pequeno “furacão” faz partículas rochosas circular e bater contra as paredes das irregularidades. O atrito causado, aos poucos, forma depressões, que, com o passar do tempo vão ficando cada vez mais profundas e esféricas.
 Após períodos longos e intensos de chuvas (visto que a chuva tem um pH ácido), estando o solo saturado, é possível a formação de uma cascata a seguir à marmita grande, precipitando-se a água numa espécie de “canyon”. A maior das marmitas destaca-se por ter aproximadamente 6 metros de diâmetro e quase 6m de profundidade. No fundo da marmita podem observar-se pedras que, ao longo do tempo, foram contribuindo para a sua formação.
 Estes acontecimentos geológicos podem ter objetivos lúdicos, podendo estar inseridos em parques geológicos para visita guiada, ou localizados em espaços naturais onde podem ser observados. As marmitas de gigante que se localizam em praias públicas, podem ser utilizadas como uma espécie de “zona termal”, visto que a água sulfatada aquece devido à exposição solar.
As rochas observadas na Praia de Ribeira de ilhas contêm múltiplas marmitas de gigante, no entanto, com pequenas dimensões (cerca de 10 centímetros/0,5 palmos).
Na minha opinião, são fenómenos muito interessantes, aos quais não é dado o relevo científico que deveria ser dado.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Penedo do Lexim - Disjunção colunar




Penedo do Lexim


Introdução: A ocorrência de disjunção colunar como estrutura natural tem suscitado a curiosidade dos investigadores desde finais do século passado. Alguns exemplos tornaram-se importantes pólos de atração turística como é o caso do Penedo do Lexim, o qual foi um dos pontos principais visitados na saída de campo. Neste post introduzo-vos ao tema: morfologia dos prismas e sua relação com as condições físicas prevalecentes durante a génese da fracturação


O Penedo de Lexim, localizado a cerca de 30 km a Norte de Lisboa, pertence ao Complexo Vulcânico de Lisboa. Este Complexo representa um conjunto magmático do Cretáceo Superior que compreende basaltos alcalinos juntamente com traquibasaltos, traquitos e riolitos. O afloramento é uma chaminé vulcânica constituída por um tefrito maciço apresentando disjunção colunar regular. A rocha possui uma textura porfirítica (presença de cristais de grandes dimensões) com fenocristais de olivina, piroxena e ulvospinela. 

 Exemplo de uma disjunção colunar (ou prismática) - processo geológico que ocorre quando, ao arrefecer,  o basalto sofre tensão por contração e fragmenta-se em colunas com forma de prisma 



A observação da textura do penedo permite verificar a existência de zonas com prismação bem regular e de outras zonas praticamente maciças. O contacto entre estas duas zonas é brusco. Em termos gerais, as colunas encontram-se inclinadas para Norte com ângulos da ordem de 60-70º 

Parece ser consensual que a causa da disjunção colunar se relaciona com a contração térmica da lava provocada pelo seu arrefecimento (arrefecimento esse que ocorreu a cerca de 2000 m de profundidade). O hexágono é a forma geométrica mais estável em condições de ruptura de uma dada superfície, pelo que é a preferencial.

 Colunas prismáticas (detalhe da forma hexagonal)


Com efeito, a presença de microcristais de olivina com hábitos cristalinos típicos de arrefecimentos muito rápidos sugere que parte da cristalização ocorreu durante um curto período de tempo contemporâneo com a ascensão da lava desde a câmara magmática até um determinado nível da conduta vertical, o nível actual de exposição. Posteriormente, a lava completou o seu processo de solidificação a baixas velocidades de arrefecimento, tendo cristalizado sem formação de vidro vulcânico. 

O penedo do lexim é  conhecido como sendo um dos pontos-chave para a compreensão do Neolítico e da Idade do Cobre na Península Ibérica pois foi utilizado durante o Neolítico final, Calcolítico e Idade do Bronze, épocas das quais restam artefatos diversificados. Este local, com origem no complexo vulcânico da região de Lisboa, foi, em tempos, uma pedreira onde se realizava extração de basalto. Hoje em dia, é considerado património geológico. O solo é rico para a agricultura pois contém minerais ferromagnesianos.

Idade do Cobre e utensílios respectivos


Conclusão: Existem vários locais onde existe este fenómeno (a disjunção colunar ou prismática). Alguns exemplos desses lugares são 
  • Porto santo
  • «A calçada dos gigantes» na Irlanda 
  • Yellowstone nos USA
Pessoalmente, o que achei mais interessante sobre a morfologia do penedo é o arranjo dos prismas sobre formas hexagonais pois esta forma é a melhor em termos de ocupação do espaço. Devido a isso, não consegui deixar de fazer comparação com os favos hexagonais de uma colmeia. Ao realizar este post também consolidei os meus conhecimentos sobre magmatismo. 

 Estrutura hexagonal da disjunção colunar em comparação com a estrutura dos favos de mel numa colmeia




Referências bibliográficas:
http://www.geocaching.com/geocache/GC2ZMDT_faial-prismatico